Archive for agosto 2013

Fomos campeões

Agosto não é apenas o mês do cachorro louco. O oitavo mês do ano também simboliza a volta dos campeonatos nacionais da Europa. No velho continente, berço do futebol, não só possui as melhores ligas nacionais do mundo, mas também tem muita história para contar. 

Para se ter noção de como as competições nacionais são importantes, existem sete campeonatos importantes que possuem um histórico muito mais longínquo que o Brasileirão (mesmo unificado) e que poucos param para prestar atenção.

Ligas antigas como a suíça, belga, húngara e sueca não fazem parte do roteiro mais convencional do futebol, o que não desqualifica sua relevância. Os campeonatos inglês, alemão, italiano, espanhol, francês, português e holandês são antigos e recheados de histórias lindas.

No entanto, você seria capaz de dizer quais foram os primeiros campeões dessas sete ligas? Alguns são conhecidos, outros são desconhecidos e alguns nem existem mais! O histórico dessas sete principais ligas futebolísticas do Velho Continente vão tão mais além dos famigerados clubes.

Portanto, abaixo você pode conferir um pequeno guia que vai esclarecer muitas dúvidas ou revelar fatos que são pouco mencionados. A verdade é que o quanto mais você cavoca na história, mais coisas interessantes você encontra. Veja como é formado alguns dos mais interessantes campeonatos nacionais do mundo:


1° campeão inglês: Preston North End (1888/1889)

Apesar de abrigar a competição de clubes mais velha do mundo, engana-se quem pensa que é o campeonato inglês. A FA Cup (Copa da Inglaterra) é a competição de clubes mais antiga do planeta, pois a sua primeira edição aconteceu em 1871, quando o Wanderers Football Club sagrou-se campeão do torneiro. Engana-se também quem pensa que Manchester United, Liverpool, Arsenal, Chelsea, Tottenham ou o Manchester City, foram os grandes desbravadores do futebol bretão. O primeiro campeão inglês é o Preston North End, da cidade de Preston. Hoje, os Lillywhites (Os Lírios) estão disputando a terceira divisão da Inglaterra. Apesar de estar bem longe do maior campeão de seu país (Manchester United, com 20 títulos), o PNE possui dois títulos do campeonato e mais duas Copas da Inglaterra. O campeonato inglês sofreu duas divisões em sua história. De 1888/89 a 1991/92 a competição era conhecida como Football League, e desde 1992/93 o nome mudou para Premier League.

Sobre o campeão:
O Preston North End mantém uma rivalidade muito forte contra o Blackpool, que forma o dérbi de Lancashire. Os Lilywhites mandam os seus jogos no Deepdale Stadium, um estádio muito mais moderno que o Moor Park, local onde que antigamente os fundadores do clube jogavam críquete e rugby.

Os conquistadores:
Manchester United - 20
Liverpool - 18 
Arsenal - 13 
Everton - 9
Aston Villa - 7
Sunderland - 6
Chelsea/ Newcastle/ Sheffield Wednesday - 4
Manchester City/ Leeds United/ Wolverhampton/ Blackburn Rovers/ Huddersfield Town - 3
Tottenham/ Derby County/ Preston North End/ Burnley/ Portsmouth - 2
Nottingham Forest/ West Bromwich/ Sheffield United/ Ipswich Town - 1

Total de 23 campeões diferentes.

Curiosidades:
- Dos 20 clubes que disputarão a Premier League 2013/2014, apenas nove ainda não foram campeões: West Ham (incrível, não?), Crystal Palace, Norwich City, Swansea City, Cardiff City, Fulham, Hull City, Southampton e Stoke City.
- Se compararmos os títulos unificados do clubes brasileiros, Santos e Palmeiras ocupariam apenas a quinta posição no ranking dos maiores vencedores da Inglaterra. Se alguém prefere considerar apenas os títulos de 1971 pra cá, a coisa piora. São Paulo e Flamengo dividiriam a sexta posição com o Sunderland.
- De todos os campeões ingleses, 11 clubes estão na primeira divisão (Man.Utd, Liverpool, Arsenal, Everton, Aston Villa, Sunderland, Chelsea, Newcastle, Man.City, Tottenham e West Bromwich), 8 estão na segunda divisão (Sheffield Wednesday, Leeds United, Blackburn, Huddersfield, Derby County, Burnley, Nottingham Forest e Ipswich Town), 3 clubes estão na terceira divisão (Wolverhampton, Preston North End e Sheffield United) e apenas um clube na quarta divisão (incrivelmente é o Portsmouth).
- Mesmo juntando todos os títulos dos três únicos clubes londrinos que conquistaram o campeonato nacional, eles ficariam com um título a menos que o Manchester United.
- A parte nordeste da Inglaterra conta com 57 títulos ingleses contra 19 de Londres.
- Liverpool é a cidade com mais títulos ingleses, já que os títulos combinados do Liverpool (18) e do Everton (9) totalizam em 27 taças erguidas.
- Desde que a Premier League foi fundada, o Liverpool nunca conseguiu conquistar um campeonato inglês sequer.
- O Arsenal é o único clube campeão invicto.
- Todos (sim, todos) os campeões ingleses já foram rebaixado. O Manchester United, maior vencedor, já fora rebaixado duas vezes.
- Everton é o clube que mais tem participou e que mais jogou na Inglaterra, contabilizando 110 participações e 4568 jogos.
- Com 1803 vitórias, o Liverpool é o clube que mais venceu jogos no campeonato inglês.
- O Nottingham Forest é o campeão nacional mais antigo do mundo (o clube foi fundado em 1865).
- Já o Leeds United é o campeão inglês mais jovem (fundado em 1919).
- Ocupando a 12ª posição da FA, o Bolton (atualmente na segunda divisão) é o melhor clube ranqueado que nunca venceu o campeonato nacional.
- Se o Sir Alex Ferguson fosse um clube de futebol inglês, ele estaria empatado com o Arsenal em terceiro lugar com 13 títulos. Se o treinador escocês nunca tivesse assinado com o Manchester United, os Red Devils teriam apenas OITO títulos!
- A folha salarial do Queens Park Rangers, que foi rebaixado na temporada passada, ainda é, mesmo na segunda divisão, maior que a do Borussia Dortmund, vice-campeão da Champions League.
- The Hawthorns, estádio do West Bromwich, é o estádio inglês com maior altura acima do nível do mar.
- O Aston Villa foi fundado por um grupo de jogadores críquete que queriam manter a forma física jogando futebol durante a temporada de férias do campeonato inglês de críquete.


1º campeão alemão: VFB Leipzig (1902/1903)

Um dos campeonatos mais antigos do mundo também possui um campeão desconhecido. O Leipzig, primeiro campeão nacional da Alemanha, "em teoria" disputa a quinta divisão do campeonato alemão. Vale ressaltar que o campeonato alemão sofreu várias paralisações devido às Grandes Guerras. Durante a Primeira Grande Guerra, o campeonato alemão ficou paralisado de 1914/15 a 1918/19. Depois, devido à depressão por ter perdido a guerra, o certamente sofreu uma nova paralisação após duas temporadas de futebol. A terceira, e última paralisação, aconteceu durante a Segunda Grande Guerra, quando o campeonato ficou paralisado por três temporadas (1944/45 a 1946/47). Assim como na Inglaterra, o campeonato alemão teve duas nomenclaturas ao longo de sua história: Campeonato Alemão (1902/03 a 1962/63) e Bundesliga (desde 1962/63).

Sobre o campeão:
O Leipzig, como dito antes, atualmente "disputa" a quinta divisão do futebol alemão. Você deve estar se perguntando o porquê de tantas aspas, correto? Bom, a história do VFB Leipzig é a seguinte: o clube foi fundado em 1896, na cidade Leipzig, e sobreviveu com esse nome até 2003, o ano de sua falência. Em 2004, o clube foi refundado com o nome de FC Lokomotive Leipzig. Hoje, o Lokomotive Leipzig disputa o quinto nível do futebol alemão, e "em teoria", ainda leva as tradições do VFB Leipzig, o primeiro campeão alemão. O antigo Leipzig foi um dos OITENTA E SEIS clubes fundadores da Deutsche Fussball (Federação Alemã). Durante o período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Leipzig, que fazia parte da Saxônia, foi agregada pela RDA (República Democrática Alemã - Alemanha Oriental). Com isso, a vida desse dinossauro germânico foi se tornando cada vez mais difícil, pois o futebol também foi segregado. Se não bastasse, o VFB Leipzig teve que ser dividido em duas equipes (Rotation e Lokomotive) para agradar aos costumes socialistas do futebol alemão-oriental. Após várias reformas, o Leipzig passou a ser conhecido apenas como Lokomotive. Em 1990, com a reunificação alemã, clube voltou a ser apenas o VFB Leipzig, antes de falir em 2003 e ser refundado em 2004, como dito antes.

Os conquistadores (títulos unificados):
Bayern de Munique: 23
Nürnberg: 9
Borussia Dortmund/ Schalke 04: 8
Hamburgo: 6
Borussia Mönchengladbach/ Stuttgart: 5
Werder Bremen/ Kaiserslautern: 4
Köln/ Greuther Furth/ VFB Leipzig: 3
Hertha Berlin/ Viktoria Berlin/ Hannover/ Dresdner: 2
Wolfsburg/ TSV 1860 Munique/ Eintracht Braunschweig/ Freiburg/ Rot-Weiss Essen/ Eintracht Frankfurt/ FC Union Berlin/ VFR Mannheim/ Fortuna Düsseldorf/ Karlsruher FV/ Rapid Viena/ Phoenix Karlsruhe/ Holstein Kiel: 1

Total de 29 campeões diferentes.

Curiosidades:
- Dos 18 clubes que disputarão a Bundesliga de 2013/2014, apenas quatro clubes nunca conquistaram o campeonato: Bayer Leverkusen (só de pensar que eles já foram vice da Champions League), Mainz 05, Hoffenheim e Augsburg.
- A situação do campeonato alemão é bem parecida com a do Brasileirão, pois ambas competições tiveram os seus títulos unificados. Com exceção, claro, de que na Alemanha ninguém dá chilique sobre isso.
- Até a criação da Bundesliga, o campeonato alemão permitia a participação de clubes "alemães" de outros países. Estranho, né? Mas pense bem, cidades como Viena e Praga foram fundadas por povos alemães. Logo, times como o FC Prag (extinto) e o Rapid Viena (não foi um erro de digitação lá em cima) participaram do campeonato porque ambos os clubes foram fundados por alemães. O Prag foi vice-campeão do primeiro campeonato alemão e o Rapid foi o único "estrangeiro" a conquistar um campeonato alemão.
- O Bayern de Munique foi o clube que mais se deu bem com a criação da Bundesliga. Anteriormente, na antiga fórmula do campeonato, o Bayern havia conquistado o caneco apenas uma vez (1931/32). Depois da criação da Bundesliga, os Bávaros conquistaram singelas 22 taças.
- Já o Nürnberg é o oposto do Bayern de Munique. Se na versão antiga do certame o Nürnberg liderava o ranking de conquistas com oito taças, hoje, o clube amargura uma posição menos gloriosa com apenas uma conquista da Bundesliga (1967/68).
- Se existe um clube que pode reclamar da mudança do regulamento na competição, essa equipe é o Schalke 04. Poderoso e temido durante o antigo campeonato alemão, o clube de Gelsenkirchen conquistou oito títulos e dividia o palanque com o Nürnberg lá no topo. Desde a mudança, o Schalke jamais tornou a conquistar o título nacional. E já se foram dolorosos 55 anos desde a última vez que um torcedor Azul Real comemorou esse título.
- Desde que a Alemanha Oriental fora criada em 1949, nenhum clube com razões socialistas ou que pertencesse ao território oriental poderia participar dos campeonatos alemães. No entanto, existem alguns clubes que pertenceram à Alemanha Oriental, mas que antes da separação foram campeões alemães como FC Union Berlin, VLB Leipzig e Dresdner.
- Kaiserslautern é o único clube alemão que foi campeão nacional no ano seguinte de um acesso da segunda divisão.
- Os campeões Kaiserslautern, Köln, Greuter Furth, TSV 1860 Munique, FC Union Berlin e Fortuna Düsseldorf estão todos na segunda divisão. 
O Holstein Kiel, campeão em 1911/12, atualmente disputa a a terceira divisão.
- Dresdner, bicampeão alemão, atualmente disputa a quinta divisão. Também bicampeão, o Viktoria Berlin está disputando a sétima divisão. O VFR Mannheim, campeão alemão em 1948/49, está disputando a sexta divisão. O Phoenix Karlsruher virou o Karlsruher SC, que revelou o goleiro Oliver Kahn. O Karlsruher FV, antigo rival do Phoenix e campeão em 1909/10, atualmente disputa a sétima divisão. Por último, o Rot-Weiss Essen, campeão em 1954/55, disputa a quinta divisão alemã.
- Aubameyang, atacante do Borussia Dortmund, marcou o tempo de 3,7 segundos numa distância de 30m. Usain Bolt, recordista mundial, marcou 3,78 na mesma distância.



1º campeão italiano: Genoa (1897/1898)

Além de ser um dos berços do futebol, a Itália nos guarda várias surpresas e particularidades quando o assunto é a competição nacional. Lá, o futebol é conhecido como Calcio, todas as equipes recebem o artigo "o" antes do seu nome (não existe essa determinação de gênero para clubes de futebol na Itália) e o vencedor do Calcio ganha um Scudetto (que vale mais que uma taça). Dito isto, o primeiro clube italiano a ganhar o Scudetto foi o Genoa. O clube da região genovense é tão tradicional, mas tão tradicional, que antes mesmo da acessão de clubes como Juventus, Milan, Internazionale e Roma, o Genoa havia conquistado nove vezes o campeonato nacional. No entanto, desde a temporada de 1923/1924 o clube não conseguiu conquistar mais o Calcio. Ao contrário da Premier League e da Bundesliga, o Calcio nunca mudou o seu formato, sendo disputado da mesma maneira desde 1897. Aliás, o Calcio não chegou a parar nem durante as Grandes Guerras.

Sobre o campeão:
Genoa Cricket and Football Club, como o nome sugere, foi fundado por ingleses. No entanto, o Genoa era um clube restrito aos ingleses que moraram na região de Gênova. Fundado em 1893, o clube só foi aceitar italianos em 1897, justamente no ano em que começou o campeonato italiano. O mascote, e apelido do Genoa, é o Grifo. Paulo Amaral, ex-treinador do Botafogo nos lendários anos 1960, dirigiu o Genoa por uma temporada (1964/1965). Por ter sua sede na Ligúria, o Genoa possui uma rivalidade fortíssima com a Sampdoria, que também é da região genovense, e com quem divide o Luigi Ferraris.

Os conquistadores:
Juventus: 29
Milan/ Inter: 18
Genoa: 9
Torino/ Pro Vercelli: 7
Bologna: 6
Roma: 3
Fiorentina/ Lazio/ Napoli: 2
Hellas Verona/ Sampdoria/ Cagliari/ Reggiana/ Casale/ Novese: 1

Total de 17 campeões diferentes.

Curiosidades:
- Em 2006, o Calciopoli fora descoberto pelas autoridades italianas. O que é isso? O Calciopoli foi o escândalo que envolveu diversos clubes grandes do Calcio que manipularam resultados durante duas temporadas (2004/2005 e 2005/2006). O principal culpado deste esquema foi o Juventus, que além de ter sido rebaixado para a Serie B (a pena original era para ser rebaixado a C1, uma espécie de terceira divisão) e teve os títulos de 2004/2005 e 2005/2006 deduzidos de sua sala de troféus. Milan e Fiorentina, que haviam conquistado vagas para disputar a Champions League de 2006/2007, foram expulsos da competição pela ladroagem. O Lazio, que havia conquistado vaga para a Liga Europa, também foi expulso da competição européia.
- Dos 20 clubes que disputarão o Calcio de 2013/2014, apenas sete clubes nunca venceram o campeonato nacional: Atalanta, Chievo, Parma, Sassuolo, Livorno, Catania e Udinese.
- O Pro Vercelli, que detém digníssimos sete scudettos, atualmente disputa a terceira divisão italiana. O último título do clube de Silvio Piola foi há 95 anos.
- Juventus e Inter de Milão são os únicos clubes italianos que venceram o Calcio por cinco vezes seguidas, sendo o primeiro de 1930 a 1935 e o segundo de 2005 a 2010.
- Nos últimos 20 anos, nenhum clube fora do eixo Turim-Milão-Roma conseguiu conquistar o Calcio. O último clube fora desse eixo que conseguiu conquistar um scudetto foi o Sampdoria (1990/1991) há 22 anos atrás.
- Chievo e Hellas ambos são da cidade de Verona. No entanto, o primeiro é um clube oriundo de um pequeno bairro da cidade, e o segundo é um clube de torcida e tradição bem mais significativas.
- Casale, Reggiana e Novese, todos campeões, estão na quarta divisão italiana.
- Nesta temporada o Casele completa o centenário de sua única conquista da Serie A.
- Novese está há 91 anos sem conquistar um campeonato nacional, enquanto a Reggiana está há 84 anos sem conquistar o mesmo título.
- O último título do Bologna foi há 49 anos, enquanto o último título do Viola (Fiorentina) foi há 44 anos.
- Internazionale, também conhecida como Ambrosiana, foi campeão sob esse nome em 1929/1930. Depois disso, o clube passou a se chamar Ambrosiana-Inter, e conquistou mais dois títulos (1937/1938 e 1939/1940) antes de voltar a se chamar Internazionale.
- O Torino já teve mais torcida que a Juventus, seu maior rival.


1° campeão espanhol: Barcelona (1928/1929)

La Liga é um dos campeonatos nacionais mais pragmáticos da história recente do futebol. Juntos, Barcelona e Real Madrid conquistaram 54 vezes o campeonato, sendo que os catalães foram os primeiros campeões do certame. No entanto, mesmo sendo uma máquina de títulos [recentes] e sinônimo de bom futebol, o Barça não é páreo para o Real Madrid na história do campeonato. Los Blancos possuem esmagadoras 32 taças da Liga das Estrelas. Entretanto, apesar do estressante domínio barcelonês e madridista, o passado do campeonato espanhol nos mostra o quanto essa liga já foi mais interessante e justa. Hoje, graças às cotas de TV que são negociadas individualmente, Barcelona e Real Madrid são unanimidades. Aliás, existe um contexto histórico muito grande que envolve o campeonato espanhol: a ditadura franquista. Franco era torcedor do Atlético de Madrid, porém, há relatos de que o ditador não era muito fã do futebol por ser uma invenção inglesa. Contudo, sabendo do clamor e do fanatismo que envolve o futebol, Franco "ajudou" os dois clubes de Madrid várias vezes em detrimento das outras equipes (especialmente o Barcelona e o Athletic Bilbao) espanholas. Ah, enquanto aqui no Brasil nós chamamos os torcedores uniformizados e de "Torcedores Organizados" (na Inglaterra é Firm, na Itália são os Tiffosi e na Argentina são os Barras), na Espanha esse tipo de torcedor é conhecido como Peña.

Sobre o campeão:
"Mais que um clube", é o que brada as escrituras nas cadeiras do Camp Nou, morada do Barcelona. A grafia é completamente justa, pois o clube exprime todo o sentimento de amor e orgulho pela terra da Catalunha. Em seu escudo, o Barcelona carrega dois símbolos que resumem muito bem o seu povo: a esquerda existe a bandeira de São Jorge e a direita a bandeira da Catalunha. É muito comum encontrar clubes que copiam o Barcelona (o Barcelona de Guayaquil e o Cerro Porteño, por exemplo), mas o Barça por si só é uma cópia do FC Basel. Sim, um clube suíço foi o motivo da existência de uma das maiores marcas do futebol mundial. Como dito antes, durante a ditadura franquista, o Barcelona fora prejudicado de diversas maneiras. Duas clássicas "punições" ao Barcelona durante a ditadura era a retirada do mando de jogo (sim, não os deixavam jogar em casa) e imposição do uso do ônibus como meio de locomoção. Isso mesmo, o Barcelona (e qualquer outro clube que não fosse de Madrid) tinha que andar de ônibus. Além disso, Franco proibia qualquer tipo de manifestação cultural que não fosse a castelhana. Devido a vedação, o único lugar em toda Espanha que era permitido falar catalão era no estádio do Barça. Outro detalhe clássico sobre o Barcelona que pouco se comenta é a morte de Joan Gamper. O fundador do clube suicidou-se em 1929 devido ao Crash da Bolsa Mundial. Dito isto, a rivalidade entre Barcelona e Real Madrid dá-se mais pela conjuntura histórica de repressão do que pelo ódio [que existe, mas não é o principal motivo]. Barça e Espanyol (outro clube da cidade) fizeram o maior dérbi da Espanha enquanto o regime franquista perdurou. A história dessa rivalidade é estritamente política, pois o Espanyol apoiava o regime franquista (daí o nome do clube). Existe coisa pior do que apoiar o inimigo da região? Não para um barcelonês de verdade.

Os conquistadores:
Real Madrid: 32
Barcelona: 22
Atlético de Madrid: 9
Athletic Bilbao: 8
Valencia: 6
Real Sociedad: 2
Deportivo La Coruña/ Sevilla/ Real Betis: 1

Total de 9 campeões diferentes.

Curiosidades:
Dos 20 clubes que disputarão o campeonato espanhol de 2013/2014, 12 clubes nunca venceram a competição: Celta de Vigo, Espanyol, Málaga, Osasuna, Almería, Villareal, Elche, Granada, Levante, Getafe, Valladolid e Rayo Vallecano.
- O Real Madrid foi fundado por barceloneses.
- Devido a Guerra Civil, o campeonato espanhol ficou paralisado durante três temporadas (de 1936 a 1939).
- Apenas três times nunca foram rebaixados no campeonato espanhol: Barcelona, Real Madrid e Athletic Bilbao.
- Antes de ser apadrinhado pela coroa espanhola, em 1920, o Real Madrid era conhecido apenas como Madrid FC e conquistou dois títulos sob esse nome (1931/32 e 1932/33).
- Com uma história tão penosa quanto a do Barcelona, o Athletic Bilbao também sofreu enquanto Francisco Franco dominava a Espanha. Por ser extremamente conectado às raízes, o Athletic nunca admitiu jogadores que não tivessem ascendência Basca. 
- O Atlético de Madrid também mudou de nome ao longo de sua história. Originalmente fundado para ser uma filial do Athletic Bilbao na capital da Espanha, o Atlético antes era conhecido como Athletic Madrid. Depois de algum tempo, o clube fundiu-se com a aeronáutica espanhola, criando assim o Athletic Aviación. Devido a imposição do ditador, o nome "Athletic" (que é Atlético em inglês) teve que ser retirado e traduzido para o espanhol, Atlético Aviación.
- O uniforme do Athletic Bilbao é o mesmo utilizado pelo Sunderland-ING.
- Durante muitos anos o Atlético de Madrid foi o clube de maior torcida na capital espanhola. O Real Madrid só tornou-se o gigante que é hoje devido a intervenção da coroa espanhola, que acabou criando "sem-querer" uma segregação na capital, onde os pobres torciam para o Atlético e os nobres para o Real.
- O apelido de Colchonero que é dado aos torcedores do Atlético surgiu graças aos torcedores nobres do Real Madrid, que comparavam as cores da camisa do clube com as cores dos colchões que a corte doava aos pobres (azul, vermelho e branco) naquela época.
- Vicente Birrun, brasileiro descendente de bascos, defendeu o Bilbao entre 1986 a 1990.
- O mascote do Valencia é um morcego!
- Real Sociedad, grande rival do Athletic, admite jogadores que não sejam bascos.
- O último clube que conseguiu quebrar o império Barça-Real no campeonato espanhol foi o Valencia, na temporada de 2003/04.
- O Real Madrid é o clube que mais venceu até hoje na Espanha, com 1533 vitórias.
- Apesar de tudo, o Real Sociedad é o clube que detém a maior sequência de invencibilidade na Espanha com 38 partidas sem perder.


1º campeão francês: Olympique Lillois

Pouco se fala da Ligue 1, o campeonato francês, e pouco se sabe dos clubes franceses. Porém, quando se cavoca um pouco na história do futebol francês coisas bonitas e interessantes são descobertas. Uma delas é de que o campeonato existe há mais de oito décadas, e não, Olympique de Marseille e Lyon não foram os primeiros campeões. Além disso, o campeonato francês é um dos mais parelhos de toda Europa, sendo muito pequena a diferença de títulos entre as equipes. Outro fator muito interessante sobre o campeonato da terra do Croissant é de que existe um fisco para abocanhar mais grana dos clubes emburrados de dinheiro (sim, o PSG paga uma fortuna para a Liga deixa-los jogar). Com relação ao Olympique Marseille, existe uma polêmica acerca de quem é, de fato, o primeiro campeão. Em 1928/29, os franceses criaram um torneio que reuniu uma quantidade absurda de equipes [amadoras]. O Resultado? Marseille campeão. No entanto, como algumas regras básicas do futebol foram esquecidas durante esse torneio, e pelo fato de que não houve nenhuma competição similar durante os quatro anos posteriores, esse torneio conquistado pelo OM (apelido do Olympique) não é considerado um campeonato francês "de verdade". A liga pegou firme apenas em 1932/1933, tendo o extinto Olympique Lillois como campeão. Entretanto, de 1939 a 1945, o campeonato ficou paralisado devido a Segunda Grande Guerra Mundial, voltando apenas na temporada de 1945/1946 com o Lille campeão. Por que eu mencionei esses dois times? Veja a seguir.

Sobre o campeão:
O Olympique Lillois é considerado o primeiro campeão da era do profissionalismo na França. Atualmente, o patriarca dos títulos franceses não existe mais devido ao grande déficit que a Segunda Guerra Mundial causou nas pequenas cidades francesas (o Lillois era da cidade de Lille). Fundado em 1902, e fundido com o SC Fives em 1944, o Olympique Lillois deu origem ao Lille, time que hoje tem certa fama internacional. Engana-se quem acha que o primeiro título francês foi dado para o Marseille (em 1928/29) ou para o Lille. O título ainda pertence ao extinto Lillois que exibe orgulhosamente sua taça no museu do clube. Contudo, em sua breve história de 42 anos, o Lillois comportou apenas um campeonato francês e um vice na temporada de 1935/1936.

Os conquistadores:
Olympique Marseille: 11
Saint-Étienne: 10
Nantes: 8
Monaco/ Lyon: 7
Bordeaux/ Stade de Reims: 6
Nice: 4
PSG/ Lille: 3
FC Sète 34/ Sochaux: 2
Olympique Lillois/ Auxerre/ Montpellier/ Lens/ Strasbourg/ RCF Paris/ Excelsior: 1

Total de 19 campeões diferentes.

Curiosidades:
Dos 20 clubes que disputarão a Ligue 1 2013/2014, apenas oito equipes ainda não foram campeões: Ajaccio, Bastia, Évian, Guingamp, Lorient, Rennes, Toulouse e Valenciennes.
- Lyon é o time do século XXI na França por sete motivos: todas as suas taças sete taças foram conquistadas entre 2001 e 2008. O heptacampeonato do OL é legítimo, pois ele foi conquistado de forma ininterrupta. O motivo? Juninho Pernambucano. Todos (sim, todos!!!) os títulos do Lyon foram conquistados sob a batuta do Reizinho.
- É preciso juntar Barthez, Makelele, Henry e Trezeguet (grandes nomes da seleção francesa) para igualar o feito de Juninho Pernambucano.
- Zidane e Vieira nunca foram campeões franceses.
- Sonny Anderson, grande ídolo de Thierry Henry (é sério), tem mais títulos do nacional que o ex-atacante da seleção francesa e do que tem Trezeguet.
- Além de ser o maior vencedor, o Olympique Marseille tem a maior torcida na França. Saint-Étienne e Bordeaux acompanham de perto a equipe marselhesa.
- Apesar de ser a capital francesa, Paris não consegue emplacar no futebol. Com apenas quatro títulos (três do PSG e um do RCF Paris), várias tentativas foram feitas para tentar emplacar o sucesso do futebol na capital mais "cheirosa" da Europa. No entanto, o negócio deles parece ser mesmo o rugby.
- Além de ser um projeto, o PSG não é um time bem quisto na terra da fraternidade, igualdade e liberdade. Clique aqui e entenda o porquê.
- Dono de duas ligas francesas, o FC Sète encontra-se atualmente na quarta divisão nacional. Acompanhado do Sète, o Racing Paris (RCF) também está jogando a quarta divisão francesa.
- Auxerre e Lens, clubes com uma conquista cada, estão disputando a segunda divisão da França.
- Strasbourg, que em seu auge teve Chilavert como um dos grandes ídolos da equipe, hoje joga na terceira divisão.
- Excelsior, que tinha um escudo muito parecido com o do América-MG, não existe há 18 anos.
- Sochaux é a equipe com mais partidas disputadas na Franca: 2331 jogos disputados. Enquanto isso, o Marseille é a equipe que mais gols marcou: 3585.
- Guy Roux, que treinou o Auxerre de 1961 a 2005, totalizando 44 anos no clube, detém o recorde mundial de treinador que mais tempo ficou em uma só equipe.
- Bernard Tapie, ex-presidente do Marseille, montou um timaço no final da década de 1980 e começo dos 1990 que contava com Abedi Pelé, Chris Waddle, Eric Cantona, Basile Boli, Didier Deschamps, Jean-Pierre Papin, Enzo Francescoli, Marcel Desailly e Rudd Voller. Tal sucesso rendeu uma taça de Champions League ao Marseille, em 1992/1993, na final vencida contra o Milan. No entanto, em 1993, foi descoberto um esquema de corrupção e suborno que favoreceu o Olympique Marseille em diversas partidas. Com isso, o clube foi rebaixado à segunda divisão nacional, perdeu o título da Ligue 1 de 1992/1993, a vaga para disputar o Mundial de 1993 (por isso o São Paulo enfrentou o Milan), uma vaga para Champions League de 1993/1994 e a chance de disputar a Supercopa da Europa de 1993.
- O Mônaco foi o último clube francês a disputar uma final de Champions League.


1º campeão português: FC Porto (1934/1935)

Seguindo a linha de raciocínio feita com o campeonato espanhol o pouco do que fora dito lá cabe aqui também, mas com detalhes minimamente diferentes. A hegemonia de Barcelona e Real Madrid é tão gigantesca quanto a de Benfica e Porto. Combinados, os dois clubes lusos somam 59 ligas conquistadas! Aliando o fato de que o campeonato português só possui 16 clubes (já chegou a ter 18), esse número torna-se ainda mais escabroso. O Porto, primeiro campeão nacional, sagrou-se vencedor de uma liga que possuía apenas oito equipes. À propósito, muito se diz que em Portugal só existem dois times grandes (Porto e Benfica) com o Sporting correndo por fora. Se formos considerar o número de títulos, é um pensamento que tem suas razões, mas se considerarmos o contexto histórico nota-se que Sporting e Belenenses também são, em teoria, grandes. Apesar da ascensão e do declínio muito rápidos, o Boavista também é visto com bons olhos por lá. Clubes que surgiram de repente, como o Braga e Marítimo, são de origem discreta e galgam uma história de maior respeito. Vale salientar que o campeonato português é completamente afetado por "clubes empresas". Um dos maiores empresários de jogador de futebol, Jorge Mendes (Cristiano Ronaldo, Falcao Garcia, Thiago Silva, Anderson, Di Maria e entre outros), "controla" o mercado português com o intuito de vender e abrigar jogadores em clubes modestos (Estoril Praia, por exemplo) e grandes (até o Porto e o Benfica estão nessa). Antes de 1934, um campeonato amador que consistia apenas em eliminatórias e que clubes de Lisboa só entravam na segunda fase, fora criado para dar suporte ao módulo criado em 1934. Porto (4), Benfica (3), Sporting (3), Belenenses (3), Carcavelinhos, Marítimo e Olhanense conquistaram a competição.

Sobre o campeão:
Uma das equipes mais velhas de Portugal, o Porto foi fundado em 1893, e apesar de ter conquistado o primeiro título nacional, seguido por uma dobradinha três anos depois, o clube ficou muito tempo na fila antes de voltar a conquistar o campeonato nacional, em 1955/56. A rivalidade contra o Benfica e o Sporting surgiu pelas circunstâncias, pois antes de estabelecer um campeonato nacional, os clubes jogavam copas distritais (exatamente como aconteceu com os estaduais por aqui). Boavista e Leixões, que são da região do Porto, foram grandes rivais no início.

Os conquistadores:
Benfica: 32
Porto: 27
Sporting: 18
Belenenses/ Boavista: 1

Sim, apenas cinco campeões diferentes!

Curiosidades:
- Boavista, campeão em 2001/2002, encontra-se numa draga total. Atualmente na terceira divisão, o clube está próximo de vender o seu estádio para pagar as dívidas que contraiu ao longo de sua existência.
- Há 11 anos que ninguém tira a hegemonia de Porto e Benfica. O último clube que venceu a liga foi o Sporting, em 2001/02.
- A pronúncia correta do Sporting não é igual a que nós falamos aqui no Brasil, pois nós "inglesamos" o nome do clube lisboeta. O correto é ler todas as letras, inclusive o G.
- Lisboa é a cidade mais vencedora do campeonato português, com três clubes diferentes sendo campeões (Benfica, Sporting e Belenenses).
- O Benfica é o clube com o maior número de sócios no mundo.
- O Porto é o único clube que conseguiu a maior sequência de títulos em Portugal. Entre 1994/95 a 1998/99 só deu Porto.
- Benfica, Sporting e Porto são os únicos clubes que nunca foram rebaixados.
- Os Encarnados são os maiores goleadores de Portugal, com 5324 gols.
- Vitória de Guimarães, com exceção dos três clubes que nunca foram rebaixados, é o clube que mais participou da primeira divisão.
- Belenenses era considerado o primeiro grande clube de Lisboa.
- Os brasileiros foram artilheiros por 12 vezes em Portugal. Paulinho Cascavel (2x), Jardel (5x), Liedson (2x), Pena, Nenê e Hulk balançaram as redes lusas.


1º campeão holandês: VV Concordia (1888/1889)

O campeonato holandês é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores ligas de clubes para se assistir. Recheado de clubes com tradição, jovens promessas e muito fanatismo nas arquibancadas, a Eredivisie é um combo de várias atrações. Um dos melhores ingredientes do campeonato holandês é o histórico vencedor de quase todos os clubes que frequentam a primeira divisão. Quase todos já foram campeões ao menos uma vez, ou chegaram bem perto disso. Por ser muito antigo (tão quanto o inglês), muitos clubes holandeses são orgulhosos. Com relação à competição, podemos comparar a Eredivisie com a Bundesliga alemã em diversos fatores. Na Holanda, existe um controle de gastos e falência que rege a saúde financeira dos clubes. Por ter uma economia muito estável, o país prega que os clubes de futebol façam o mesmo. Entretanto, clubes como o Ajax, que é uma colônia de judeus, o Feyenoord, um clube de estivadores, e o PSV, oriundo de um grupo de operários da Phillips, exemplificam o quanto ferve o caldeirão étnico holandês.

Sobre o campeão:
Essa é a história de mais um time que chamou a atenção por 15 minutos e depois extinguiu-se. O VV Concordia, primeiro campeão nacional, está extinto há décadas e pouquíssimo se sabe sobre esse time. O motivo? O clube fora fundado em Rotterdam, casa do poderoso Feyenoord, que anos depois conseguiu "alimentar-se" dos fãs de clubes de menor poderio. Existe uma discussão de que os títulos holandeses só deveriam de ser contados à partir de 1890, pois, antes disso, o campeonato ainda engatinhava. Apesar da chiadeira, o Concordia é considerado oficialmente como o primeiro campeão holandês.

Os conquistadores:
Ajax: 32
PSV: 21
Feyenoord: 14
HVV Den Haag: 10
Sparta Rotterdam: 6
RAP Amsterdam: 5
Go Ahead Eagles: 4
Koninklijke HFC/ HSB Den Haag/ Willem II: 3
Heracles Almelo/ Ado Den Haag/ RCH/ AZ Alkmaar: 2
FC Eindhoven/ SC Limburgia/ Rapid JC/ SVV/ FC Utrecht/ AFC DWS/ FC Twente/ SC Enschede/ Be Quick 1887/ Quick Den Haag/ NAC Breda/ Haarlem/ De Volewijckers/ Den Bosch/ VV Concordia: 1

Total de 29 campeões diferentes!

Curiosidades:
Dos 18 clubes que disputarão a Bundesliga de 2013/2014, apenas oito clubes nunca conquistaram o campeonato: Groningen, Heereveen, Zwolle, RKC Waalwijk, Vitesse, Roda, Cambuur e NEC.
- HVV Den Haag, quarto maior campeão holandês, atualmente é um clube amador.
- Dono de cinco taças, o RAP Amsterdam deixou o futebol de lado para se tornar um clube de críquete.
Koninklijke HFC é o clube mais velho da Holanda, com 133 anos. Atualmente disputa a quinta divisão holandesa.
- A cidade Haia, além de ser a capital do governo holandês e do Estado Novo, é a cidade que mais teve clubes vencedores da liga.
De Volewijckers, campeão em 1943/1944, um ano antes da paralisação devido ao desfecho da Segunda Guerra Mundial, hoje é um clube que disputa jogos amadores na cidade de Amsterdam.
- Assim como o Koninklijke, HBS Den Haag, Be Quick 1887 e SC Enschede também disputam a quinta divisão holandesa.
- RCH, que significa Racing Club Heemstede, foi campeão em 1922/23, faliu, voltou e foi campeão de novo em 1952/53, exatamente trinta anos depois do primeiro título. Ah, eles são mais um entre os amadores atualmente.
- Campeão em 1949/50, o SC Limburgia, para escapar da falência, trocou de nome para BSV Limburgia. Atualmente é um clube amador na região de Limburg.
- SVV, também conhecido como Schiedamse Voetbal Vereniging, ou apenas Schiedamse, tem uma história muito bonita. Campeão em 1948/49, o SVV esteve muito perto de falir no ano em que comemorava os quarenta anos da conquista da liga. Em 1989, um vendedor de carros gastou tudo o que tinha para comprar o clube e salvá-lo da falência. Com uma sobrevida, o clube durou alguns anos antes de acordar uma fusão com o Dordrecht e assim criar o FC Dordrecht. Atualmente, o SVV existe por conta própria jogando competições amadoras.
- Haarlem, primeiro campeão pós-guerra, declarou falência em 2010. Como é de costume, e permitido, o clube disputa jogos amadores na cidade de Haarlem. O curioso é que o patrocinador master do clube se chama Brazilian Beaches.
- Den Bosch, campeão em 1947/49, está disputando a décima primeira divisão da Holanda! Aliás, o campeonato holandês não é a maior glória desse clube. Um dos maiores orgulhos do Den Bosch foi ter revelado Ruud Van Nistelrooy para o mundo.
- Heracles Almelo, bicampeão holandês (1926/27 e 1940/41), significa Hércules de Almelo.
- Go Head Eagles, não só foi quatro vezes campeão holandês (1916/17, 1921/22, 1929/30 e 1932/33), como revelou Marc Overmars.
- Sparta Rotterdam, segundo clube mais velho da Holanda, é o mais velho nas ligas profissionais (tem 125 anos). Sparta foi considerado o primeiro grande clube holandês, pois a sua predominância nas décadas de 1910 e 1920 era assombrosa. O clube conquistou as seis taças em 1908/09, 1910/11, 1911/12, 1912/13, 1913/14 e 1958/59. Hoje, o Sparta está na segundona.
- O AZ Alkmaar, bicampeão holandês, é o clube mais novo da Eredivisie com 46 anos. Os Queijeiros revelaram Danny Landzaat.
- DWS foi fundado como Fortuna e depois mudou para Hercules. Complicado, né? Se não bastasse, o clube se fundiu com o De Volewijckers para fundar o FC Amsterdam. Não funcionou, e ambos os campeões de outrora hoje jogam no amador.
- Quem manda em Eindhoven? Antigamente era o FC Eindhoven, que chegou a ser campeão holandês bem antes do PSV. Quem não trabalhava, ou tinha parentes que trabalhavam na Phillips, torcia para o FC Eindhoven.
- Willem II é uma homenagem ao Príncipe William (Príncipe de Orange), e foi o primeiro clube a conquistar o campeonato holandês na era do profissionalismo, em 1954/55.
- O Ajax era considerado uma carta fora do baralho durante os períodos de guerra pois a maioria de seus torcedores e alguns jogadores eram vítimas constantes de ataques. O motivo? O Ajax é um clube judeu, e esse ódio ainda é forte na Holanda.
- O maior clássico na Holanda não é Ajax e PSV. A maior rivalidade é entre Ajax e Feyenoord, um dos maiores espetáculos do futebol. Torcedores do Ajax chamam os torcedores do Feyenoord de "baratas", enquanto os Feyenoordistas devolvem com insultos anti-semita.
- Dos 29 campeões, apenas oito foram campeões da Eredivisie: Ajax (24), PSV (18), Feyenoord (9), AZ (2), Sparta, Twente, Utrecht e DWS.


Outros desbravadores da Europa:

Grécia: Aris (1927/28) - Maior vencedor: Olympiakos (40)
Turquia: Ankaraguçu (1949/50) - Maior vencedor: Galatasaray (19)
Escócia: Dumbarton (1890/91) - Maior vencedor: Glasgow Rangers (53)
Ucrânia: Tavriya (1991/92) - Maior vencedor: Dynamo Kiev (13)
Rússia: Spartak Moscou (1992) - Maior vencedor: Spartak Moscou (9)
*URSS: Dynamo Kiev (1936) - Maior vencedor: Dynamo Kiev (13)
Sérvia: Estrela Vermelha (2006/07) - Maior vencedor: Partizan (6)
Croácia: Hajduk Split (1991/92) Maior vencedor: Dinamo Zagreb (15)
*Iugoslávia: Partizan (1946/47) Maior vencedor: Estrela Vermelha (22)
Polônia: Cracovia Krakow (1920/21) Maior vencedor: Ruch Chorzowie e Górnik (14)
Bélgica: RFC Liege (1895/96) Maior vencedor: Anderlecht (32)
Suécia: Orgryte (1896/97) Maior vencedor: IFK Goteborg (18)
Suíça: Grasshoppers (1897/98) Maior vencedor: Grasshoppers (27)
Dinamarca: KB (1912/13) Maior vencedor: KB (15)
Bulgária: Vladislav (1924/25) Maior vencedor: CSKA Sofia (30)
Noruega: Fredrikstad (1937/38)Maior vencedor: Rosenborg (22)
Hungria: Ferencváros (1902/03) Maior vencedor: Ferencváros (28)
República Tcheca: Sparta Praga (1993/94) Maior vencedor: Sparta Praga (11)
Eslováquia: Sparta Bystrica (1938/39) Maior vencedor: Slovan Bratislava (10)
*Tchecoslováquia: Slavia Praga (1924/25) Maior vencedor: Sparta Praga (21)
Áustria: Rapid Wien (1911/12) Maior vencedor: Rapid Wien (32)
Finlândia: HJK Helsinki (1911/12) Maior vencedor: HJK Helsinki (25)
Romênia: ACF Olimpia (1909/10) Maior vencedor: Steaua Bucareste (24)
Irlanda: Shemrock Rovers (1923) Maior vencedor: Shamrock Rovers (17)
País de Gales: Cwmbran (1992/93) Maior vencedor: Barry Town (7)
Luxemburgo: Fola Esch (1917/18) Maior vencedor: Jeunesse Esch (33)
Irlanda do Norte: Linfield (1890/91) Maior vencedor: Linfield (50)
Ilhas Faroe: Klaksvik (1942) Maior vencedor: HB (21)
Chipre: APOEL (1935/36) Maior vencedor: APOEL (22)
Islândia: KR Reykjavik (1912) Maior vencedor: KR Reykjavik (25)

*Campeonatos de uniões federativas que já não existem mais.

A volta dos que não foram, parte 2

Depois da primeira parte onde escalei um time inteiro, do goleiro até o centroavante, com apenas jogadores que eram considerados grandes promessas que acabaram se tornando em verdadeiros rojões molhados, chegou a hora de escalar o Time B que havia prometido na ultima postagem.

Antes de passar o plantel a limpo, vale ressaltar os critérios que me ajudaram para que esse exercício não fugisse do controle:

- Os jogadores revelados tinham que ter aparecido estritamente entre 1996 e 2011
- Ter passagens pelas seleções de base, ou seleção principal
- Ter disputado a Copa São Paulo de Futebol Junior

Antes de escalar o Time B, vamos relembrar o Time A:


Time A: Renan, Amaral, Gladstone, Aislan e Bruno Bertucci; Dudu Cearense, Mozart e Kerlon; Lulinha, Lenny e Tiago Luís.

Ah, no final do texto teremos uma pequena surpresa. Vamos ao Time B:

Time B: Saulo, Baiano, Edcarlos, Milton do Ó e Diogo; Ji-Paraná, Leandro Lima, Celsinho e Sergio Mota; Daniel Carvalho e Gil.

Saulo: "A vida é uma montanha russa", diria o antigo ditado. No entanto, quando se trata de futebol essa velha citação se encaixa perfeitamente na vida de um jogador de futebol que saiu de um time pequeno para um grande num piscar de olhos. Saulo começou a sua carreira nas categorias de base do Criciúma quando chamou à atenção do Santos. O jovem goleiro era tido como uma grande promessa, pois reunia todas as qualidades primordiais de um grande goleiro. O arqueiro chegou ao Santos em 2005, um ano extremamente turbulento na história do clube praiano. A priori, ele fora contratado para ser a terceira opção no elenco, que já contava com o experiente goleiro colombiano, Henao, e com o ex-jogador do Marília, Mauro. No entanto, os dois goleiros se machucaram antes mesmo da metade do Brasileirão daquele ano. Sem outra opção, Saulo foi para a cancha defender as cores do Santos. O jovem goleiro até que demonstrava talento, mas insistia em fantasiar demais suas defesas (algo que o Felipe, ex-Corinthians e atualmente no Flamengo, faz com maestria). A vida do goleiro caminhava bem até o fatídico 7x1 que o Corinthians impôs ao Santos no Pacaembu. Antes mesmo da goleada se caracterizar, Saulo havia tomado dois gols incríveis (um chute fraco de Marcelo Mattos e outro chute fraco do argentino Tevez). Depois do "Dia D", Saulo nunca mais foi o mesmo. O goleiro até foi convocado para participar de torneios com a seleção de base, mas nada forte o suficiente para apagar aquele vexame. O goleiro foi emprestado por dois anos pelo Santos ao extinto Adap Galo. Quando voltou, o clube da baixada conseguiu vendê-lo a Udinese, onde pouco atuou. Depois do clube de Udine, Saulo fora emprestado ao Albinoleffe antes de voltar ao Brasil para defender o Ituano. Nada como voltar ao Brasil, certo? Que nada. Em sua volta, no ano de 2010, Saulo se deparou com Neymar e seus Meninos da Vila. Tudo bem que Saulo não teve de enfrentar o Neymar, pois o mesmo estava em excursão nos EUA, mas isso não impediu o Santos de balançar as redes do goleiro por nove vezes. Em uma delas, Saulo frangou igualmente no gol de Tevez, em 2005, quando uma bola fraca passou por debaixo de suas pernas, só que dessa vez num chute desferido pelo Madson. Depois dessa empreitada, Saulo assinou com o Guaratinguetá, clube que defende desde a metade de 2010.

Baiano: Dermival Almeida Lima, o popular Baiano, foi revelado pelo Santos, em 1998. Depois de bom desempenho na Copinha, Baiano foi emprestado a Matonense e ao Vitória antes de retornar ao Santos em 2000. Ainda em 2000, Baiano também defendeu as cores da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Sydney, Austrália. Num time cheio de medalhões do Santos, Baiano se destacava pela força física e pelo apoio ao ataque. O ano até que foi bom para o lateral, que após o término da temporada conseguiu uma transferência para o futebol espanhol para jogar pelo recém-promovido Las Palmas. No entanto, as coisas não funcionaram muito bem por lá, e logo o jogador retornou ao país para jogar por dois anos de empréstimo no Atlético Mineiro. Depois de um começo animador no Galo, o lateral caiu de produção no segundo ano de empréstimo, e teve de voltar ao Las Palmas. Após passar um ano sabático nas praias de Las Palmas, o lateral rescindiu contrato com o clube espanhol para assinar com o Palmeiras, que precisava de um lateral-direito para disputar a segunda divisão. Assim como no Galo, Baiano começou bem e depois degringolou no segundo ano de contrato. Em meio à uma dessas degringoladas, Baiano fora emprestado pelo Palmeiras ao Boca Juniors. O jogador retornou ao clube no segundo semestre de 2005, onde terminou o ano antes de fechar com o Rubin Kazan-RUS, em 2006. Depois de um ano na Rússia, Baiano voltou ao Brasil para defender o Náutico, onde se destacou. Graças ao bom desempenho, o lateral conseguiu voltar ao Santos para disputar o Brasileirão de 2007. À partir do ano seguinte a peregrinação do Baiano começou. De 2008 até 2011, o jogador passou por Vasco, Atlético Nacional-COL, Paulista, Guarani, Paulista (de novo) e Red Bull Brasil. Desde 2012, Baiano, agora com 35 anos, atua como meio-campista do Brasiliense.

Edcarlos: Talhado para ser o grande nome da defesa são-paulina para os próximos anos, Edcarlos passou de grande promessa para grande desastre num estalar de dedos. Com passagens pela Seleção Brasileira na base, o ex-zagueiro do Tricolor subiu para os profissionais em 2005, o grande ano são-paulino. O zagueiro, inclusive, foi titular contra o Liverpool, na final do Mundial Interclubes, em Yokohama. Credenciado com o título sobre o clube inglês, Edcarlos estava cada vez mais cotado no mercado do futebol. No entanto, mesmo sem atuar com tanta frequência com a qual se imaginava, Edcarlos foi negociado pelo São Paulo com o Benfica, em 2007. Lá em Portugal, o zagueiro permaneceu por apenas uma temporada, voltando para o Brasil para defender o Fluminense em 2008. Depois de duas temporadas com o clube das Laranjeiras, Edcarlos foi repassado para o Cruz Azul, do México, no segundo semestre de 2009. Após seis meses na terra do Chaves, o zagueiro foi emprestado de novo, só que dessa vez para o Cruzeiro. Após passar o ano de 2010 inteiro na Toca da Raposa, Edcarlos assinou com o Grêmio para disputar o Brasileirão de 2011. Sem brilho e sem moral no mercado, Edcarlos teve que se contentar em defender o Sport, em 2012, antes de se mudar para o Seongnam, da Coréia do Sul, no começo deste ano.

Milton do Ó: Eis o caso de um jogador que você conhece mais pelo nome do que pela habilidade. Aqueles que colecionaram figurinhas do álbum do Campeonato Brasileiro, no final da década de 1990, com certeza lembram-se do ilustre Milton do Ó. Revelado pelo Paraná, em 1999, o zagueiro chamava a atenção pela rapidez nos desarmes e pelos gols que marcava em jogadas de bola parada. Enquanto jogador paranista, Milton do Ó fora convocado para disputar o Sulamericano e o Mundial Sub-20 no ano de 1999. Curiosamente, Milton do Ó revezava na posição de titular da Seleção com um grande zagueiro do futebol brasileiro, o Juan (ex-Flamengo e Roma). Ao ganhar notoriedade, Milton se transferiu para o rival do Paraná, o Atlético Paranaense, em 2000. No entanto, o jogador não conseguiu se destacar como tinha feito no time rival e logo foi trocado com o Goiás no ano seguinte. No time do centro-oeste, Milton do Ó conseguiu retomar a condição de titular e protagonizar boas partidas. Após dois anos no Goiás, o zagueiro transferiu-se para o Samsunspor, onde ficou por mais dois anos. Em 2004, ele voltou ao Brasil para defender as cores rubro-negras do Vitória por um ano. Já em 2005, o zagueiro conseguiu reaparecer no cenário futebolístico graças às boas atuações pela Inter de Limeira no Paulistão de 2005. Após o término do Campeonato Paulista, Milton do Ó foi para o Fluminense e por lá ficou até o segundo semestre de 2006, quando trocou o clube carioca pelo Marítimo-POR. Na temporada seguinte, Milton do Ó trocou o Marítimo pelo Trofense, e após três anos jogando na equipe lusitana, o jogador se aposentou do futebol com apenas 31 anos.

Diogo: Criado em Cotia, no CT do São Paulo, Diogo tinha um status que poucos jogadores da base têm. Torcedores e dirigentes do Tricolor contavam as horas para o garoto estourar entre os profissionais e assim garantir o futuro do flanco esquerdo são-paulino. No entanto, desde 2008, quando foi lançado entre os profissionais, Diogo nunca teve uma oportunidade digna. O lateral da base lutou contra Junior, Junior César, Alex Cazumba (outro garoto da base que nunca teve chances reais), Ilsinho, Thiago Carleto, Juan e Cortez. Incrível como um garoto que foi tão paparicado na base, com direito a convocações para defender a Seleção no Sulamericano e Mundial Sub-20 de 2009, foi tão esquecido. Diogo foi emprestado pelo São Paulo para o Toledo, Goiás e Anderlecht-BEL antes de rescindir o contrato para assinar com o Braga-POR. Hoje, com 23 anos, o brasileiro é o lateral-esquerdo do Feirense-POR.

Ji-Paraná: Todos se lembram do Sulamericano e do Mundial Sub-20 de 2007, não? Bom, para quem não lembra, um pequeno exercício: Naquele ano, a CBF estava impondo uma reformulação geral nas seleções de base devido ao fracasso da seleção principal na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Recheada de medalhões, a Seleção naufragou em solo germânico. Como de praxe, a nação se espantou e começou a questionar a qualidade dos nossos jogadores. Sabendo do descontentamento da população, a CBF ordenou que as categorias de base revelassem novos craques (simples assim). O primeiro resultado até que veio rápido, com a conquista do Sulamericano Sub-20. De repente, nós tínhamos uma super geração de novos craques. E uma delas era o Ji-Paraná, volante canhoto da Seleção. Revelado pelo Corinthians, Junior Felício Marques, o popular Ji-Paraná (nome de sua cidade natal, que fica em Rondônia), entrou em litígio com o clube do Parque São Jorge por falta de aproveitamento. Em 2006, o garoto trocou o Corinthians pelo Internacional. Ou seja, o volante disputou as duas competições como jogador do Internacional. No entanto, Ji-Paraná não era titular da equipe no Sulamericano. O dono da vaga era Roberto, ex-Atlético Paranaense, que perdeu a vaga pra o volante colorado durante a preparação pro Mundial, no Canadá. Apesar de ser volante, Ji-Paraná saía bem para o jogo. Porém, o desempenho brasileiro no Mundial não foi muito bom, pois a Seleção foi eliminada nas oitavas-de-final pelo protótipo da seleção espanhola que seria campeã da Copa do Mundo de 2010. Pelo Inter, Ji-Paraná nunca conseguiu jogar metade daquilo que se esperava dele, e logo começaram os empréstimos (Brasiliense-09 e Grêmio Barueri-10). Após fracos desempenhos, e uma concorrência desleal no elenco colorado, Ji-Paraná foi negociado com o Gyori-HUN, clube pelo qual defendeu por duas temporadas antes de assinar com o seu atual, o Al Ittihad, dos Emirados Árabes, em 2012.

Leandro Lima: Esse é incrível! Pegando o gancho do Ji-Paraná, e todo o contexto já explicado, Leandro Lima, ou Leandrinho, apareceu para o futebol em 2007 com seleção Sub-20. Revelado pelo São Caetano, o cearense era uma espécie de talismã da equipe canarinho, pois sempre que entrava no lugar do Renato Augusto ele aprontava um salseiro na defesa adversária. Ninguém conhecia o garoto antes do Sulamericano. Parecia que o meio-campista tinha brotado do nada! Graças ao seu bom desempenho no torneio continental, o jogador foi negociado com o Porto, o que gerou uma intensa discussão de "como é que ninguém tinha visto esse cara jogar aqui antes?". Bom, o menino foi jogar no Porto, mas adivinha o que aconteceu? Descobriram que Leandro Lima - na época era apenas Leandrinho - tinha falsificado os seus documentos. Isso mesmo, ele era um "gato". Se não bastasse ter mentido a sua idade em dois anos (Leandro nasceu em 1985 e não em 1987), o jogador também mentiu o nome! No documento apresentado por Leandro, constava que o seu nome era Luis Leandro Abreu de Lima, sendo que na verdade era George Leandro Abreu de Lima. Devido a palhaçada, Leandro Lima foi emprestado pelo Porto ao Vitória de Setúbal para jogar na segunda divisão de Portugal. Com o filme queimado no Porto, Leandro Lima foi emprestado pelo clube português ao Cruzeiro por duas temporadas. Em Minas, o meia não conseguiu reproduzir aquele futebol insinuante de 2007 e foi cedido ao União de Leiria-POR. Em 2011, Leandro retornou ao Brasil para tentar salvar o Avaí do rebaixamento no Brasileirão. Não conseguiu. Desde 2012, Leandro Lima, que hoje tem 27 anos, defende a equipe sul-coreana do Daegu FC. Será que alguém ainda se lembra dele?

Celsinho: Jogador moreno, dentuço, cabelos longos e cacheados com direito a faixa na cabeça para prendê-los. Além disso, o personagem atua como meia-atacante e gosta de fazer pose na hora de bater a falta. Quem é ele? Não, não é Ronaldinho Gaúcho! Se bem que os torcedores da Portuguesa gostariam muito que fosse. O espécime em questão é o Celsinho, meia que chamou à atenção durante a Copa São Paulo de 2005 quando tinha apenas 17 anos. É bem verdade que os holofotes sobre o jogador só foram grandes devido ao cosplay que ele fazia do craque. O marketing pessoal do jogador foi tanto, que não só os torcedores da Portuguesa, mas o brasileiros também acreditaram que ele tinha um enorme potencial. O resultado disso foi a convocação para o Sulamericano e Mundial Sub-17 do mesmo ano. Celsinho, de quebra, foi titular durante toda a campanha do vice-campeonato no Mundial em que o Brasil perdeu para o México por 3x0. Um fato curioso que rodeia essa história do Celsinho, é que durante esse tempo ele ainda jogava pela Portuguesa e o clube estava na na segunda divisão do Brasileirão. Outra coisa, enquanto a Lusa contou com Celsinho (saiu em 2006) o clube não subiu para a primeira divisão. Durante a metade da Série B de 2006, o meia foi negociado com o Lokomotiv-RUS, e lá permaneceu por uma temporada e meia. Na metade de 2007, o nome de Celsinho foi ventilado em trocentos clubes brasileiros, mas o meia preferiu trocar o Lokomotiv pelo Sporting-POR. Mais uma vez envolvido com portugueses, só que dessa vez com um pouquinho mais de sucesso, Celsinho ajudou o Sporting à conquistar a Taça de Portugal. Porém, o título não foi capaz de apagar as fracas atuações do jogador no time lisboeta. Portanto, os dirigentes do Sporting resolveram repassar o brasileiro por empréstimo ao Estrela Amadora. Sem sucesso na terrinha, Celsinho foi emprestado pelo Sporting a Portuguesa, em 2010. Com status de "ídolo", Celsinho teve duas temporadas para subir com o time, porém, não foi capaz de jogar bem e levar a Lusa de volta à Série A. Com isso, o meia retornou ao Sporting para encarar o seu terceiro empréstimo. Só que dessa vez o jogador foi parar no "disputadíssimo" Campeonato Romeno, onde defendeu o Targu Mores. Atualmente, com 24 anos, Celsinho já acumulou SETE clubes em sua carreira. O sétimo clube é o Londrina, clube onde o jogador tenta recuperar o marketing que perdeu no começo da carreira.

Sergio Mota: Vocês já perderam a conta de quantos jogadores foram comparados à outros jogadores consagrados, não é? Pois bem, esse daqui é outro caso de comparação desnecessária, além de uma avaliação muito prematura de um jogador que nunca provou tal investimento. Sergio Mota, mais um jogador oriundo do famoso CT de Cotia, era constantemente chamado de "o novo Kaká". Junto com o Oscar, que anos depois entrou na Justiça contra o Tricolor, eram constantemente escondidos pelos dirigentes do clube para que não sofressem assédio dos clubes europeus. Certa vez, os diretores da base são-paulina esconderam o Oscar num quarto de hotel durante um torneio que o São Paulo disputou na Europa. Uma lenda se criava quando o nome de Sergio Mota era entoado. Do jeito que falavam do garoto, todos esperavam que o São Paulo fosse parir um novo Pelé. Sergio Mota subiu para os profissionais em 2007, ano do Bicampeonato Brasileiro do São Paulo. Como todos sabem, o treinador são-paulino, na época, era o irredutível Muricy Ramalho. Com o treinador, Mota nunca teve chances e logo retornou para os Juniores. Em 2009, o São Paulo resolveu emprestar a joia para o Toledo-PR, um clube irmão do Tricolor. Pouco se sabe desse período na carreira do jogador, que retornou ao São Paulo na metade do ano. Após mais dois anos sem ser aproveitado, o jogador, que só disputava amistosos e algumas frações de minutos de partidas oficiais, foi emprestado para o Ceará. Dessa vez, Sergio Mota recebeu uma chance para provar o seu valor já que o Ceará disputava a primeira divisão do Brasileirão. O resultado dessa experiência foi catastrófica, pois o jogador sequer era titular. Cansado de esquentar o banco do Vovô, Sergio Mota pediu para voltar ao São Paulo, que negou o seu pedido. E o que aconteceu? Sergio Mota foi emprestado ao Icasa. Boatos correm por São José dos Campos, cidade natal do jogador, de que a diretoria são-paulina estava extremamente desgostosa com os familiares de Sergio Mota, e que a sua falta de oportunidades no Tricolor, além dos seus constantes empréstimos, eram creditados a desavença. Pois bem, o verdadeiro declínio de Sergio Mota começou em 2012, quando o jogador foi repassado ao Santo André que disputava a Série A2 do Paulistão. Após campanha pífia do Ramalhão, que sequer classificou para a fase decisiva da segundona, o jogador foi devolvido para o São Paulo. No entanto, Sergio Mota logo foi realocado para jogar no Sub-23 do clube. Em 2013, após ter o seu contrato terminado com o São Paulo, Sergio Mota passou por três clubes diferentes: Santo André, Penapolense e América Mineiro, time que defende atualmente. Ah, ele é reserva no Coelhão.

Daniel Carvalho: De grande promessa só ficou o grande. Daniel Carvalho, jogador revelado no Beira-Rio, era uma joia colorada que nós víamos constantemente nas seleções de base. Inclusive, no venerável ano de 2003, Daniel Carvalho fez parte da seleção brasileira que disputou o Sulamericano e Mundial Sub-20, onde ajudou a Seleção a conquistar o troféu derrotando a Espanha por 1x0 (gol do Fernandinho, ex-Atlético Paranaense). Desde 2003, quando tinha apenas 20 anos, Daniel Carvalho chamava a responsabilidade no time titular do Internacional. Com o bom desempenho na Seleção e no clube gaúcho, o CSKA resolveu pagar a multa milionária do jogador e levá-lo à Rússia. Na época, a grana despejada pelos russos foi essencial para que o Internacional enriquecesse. De 2004 à 2008, Daniel Carvalho não ganhou apenas títulos (2 Ligas Russas e 1 Europa League), mas também muito peso. Até 2006, o meio-atacante era inquestionável no clube russo. No entanto, depois de engordar muito o jogador se tornou uma opção a mais no banco de reservas. É comum os jogadores que saem de países sulamericanos, africanos ou até asiáticos, realizarem o tal "programa de fortalecimento da massa" em clubes europeus. Na Rússia, o controle de anabolizantes para a liga local não existe, tal qual acontecia na Holanda enquanto o Ronaldo jogava pelo PSV. A mudança do físico de Daniel Carvalho de quando ele começou no Internacional para o físico atual é absurda. Em 2008, após cair no esquecimento do CSKA, Daniel Carvalho fora emprestado à sua antiga casa. A revelação do Inter, que voltou ao futebol gaúcho apenas como um jogador de rotação, acabou ajudando o clube à conquistar a Sulamericana de 2008. Porém, era nítido que Daniel Carvalho não tinha o mesmo desempenho de outrora. O jogador estava pesado demais! Após essa breve passagem pelo clube que o revelou, o meia-atacante retornou ao CSKA antes de acabar o seu contrato. Em 2010, o Atlético Mineiro resolveu apostar no jogador, que estava no Mundo Árabe, e acabou lhe pagando uma fortuna de salário por dois anos de contrato. O resultado? O Galo quase foi rebaixado em 2010 e 2011 (em 2010 o time se safou por três pontos, e em 2011 por quatro pontos), com Daniel Carvalho atuando menos da metade dos jogos. Em 2012, uma negociação aconteceu entre Galo e Palmeiras, onde Daniel Carvalho foi trocado pelo Pierre (que belo negócio, hein, Palmeiras?). O jogador chegou à São Paulo muito mais pesado do que parecia estar antes. Foi em 2012 que Daniel criou polêmica, onde declarou que era viciado em refrigerante e no bom e velho churrasco. Obviamente que a diretoria do Palmeiras não gostou do desempenho do jogador, sendo que Daniel Carvalho vivia no estaleiro. O resultado dessa bagunça foi o rebaixamento do alviverde para segunda divisão. Carvalho, que fora perseguido pela torcida do Palmeiras, teve o seu contrato rescindido antes de acabar o campeonato. Hoje, o jogador faz parte do plantel do Criciúma, e que, com apenas 30 anos de idade, Daniel Carvalho mais parece um jogador de Showbol do que profissional.

Gil: "O Gil é melhor do que o Kaká", era assim que Antônio Roque Citadini, ex-dirigente do Corinthians, resumia o atacante revelado na base do Timão. Após um começo avassalador, Gil, segundo Carlos Alberto Parreira, formou o melhor lado esquerdo do mundo junto com Kleber e Ricardinho, conquistando seis títulos oficiais com o Corinthians antes de ser negociado com o Verdy Tokyo, em 2005. Após uma temporada com o Verdy Tokyo, onde atuou por 16 jogos com apenas dois gols marcados, Gil deixou a terra do sol nascente para retornar ao futebol brasileiro. Foi então que o atacante entrou para a história da internet com o melhor "bordão" (se é que pode se dizer) já dito. Após o título do Campeonato Mineiro de 2006, em meio a uma algazarra que se tornou a comemoração da conquista Celeste, Gil foi indagado por um repórter de uma rádio católica de Minas Gerais que questionou se valia tudo na comemoração do título. Sem pensar duas vezes, o serelepe atacante emendou o hilariante "só não vale dar o c...", que deixou o repórter extremamente revoltado. A naturalidade com a qual Gil proferiu aquela frase não se refletiu no seu desempenho dentro dos gramados. Pelo Cruzeiro, o atacante fez 14 partidas e marcou apenas três gols. Insuficiente para o time mineiro, Gil foi negociado com o Gimnàstic-ESP, na segunda metade de 2006. Após jogar apenas 19 vezes em toda temporada, e sem marcar gols, Gil voltou outra vez ao Brasil. No entanto, dessa vez o atacante fora contratado pelo Internacional, onde também não conseguiu jogar bem. Em 2008, o atacante foi negociado por empréstimo com o Botafogo, lugar que acabou fazendo 17 jogos e um mísero gol. Mesmo tendo jogado muito mal pelo Internacional e pelo Botafogo (no Inter ele fez 30 partidas e apenas cinco gols), o atacante beliscou uma transferência para o Flamengo. No clube carioca, Gil fez parte do elenco campeão brasileiro de 2009 sob a batuta do Adriano Imperador. No entanto, o jogador deixou a Gávea em 2010 sem marcar um gol sequer. Após seis meses inativo, Gil voltou aos gramados em agosto de 2011 para defender o União Mogi, que disputava a quarta divisão do Paulistão, e desde então está sem clube. Entretanto, Gil garante que não está aposentado e diz que espera uma ligação de um clube paulista que lhe ofereça chances de ser competitivo de novo. Aos interessados, Gil tem apenas 32 anos.


Existe um rojão molhado entre os técnicos de futebol?

É claro que existe! E o seu nome é PC Gusmão. Tachado de "discípulo de Vanderlei Luxemburgo", por ter feito estágio com o "pofexô", Paulo César Gusmão era preparador de goleiros do Vasco da Gama antes de ter sido encorajado por Oswaldo de Oliveira a ser tornar treinador de futebol. O treinador teve o seu momento de brilho quando substituiu o mestre Vanderlei Luxemburgo, que havia conquistado a tríplice coroa com o Cruzeiro e que saiu após receber uma proposta rechonchuda do Santos, em 2004. Gusmão conquistou o Campeonato Mineiro com os pés nas costas, mas devido à falta de experiência o treinador não soube dar continuidade ao trabalho e logo foi demitido da Toca da Raposa. Gusmão rodou por Cabofriense, Botafogo e Fluminense até voltar ao Cruzeiro para ser bicampeão Mineiro. Porém, após péssimo começo no Brasileirão de 2006, Gusmão foi demitido. Em má fase, PC dirigiu o São Caetano, Itumbiara, Fluminense, Figueirense e Itumbiara, novamente, onde surpreendentemente foi campeão goiano desbancando o Goiás e o Atlético-GO. Depois dessa conquista, Paulo César só voltou à conquistar um título importante com o Atlético-GO, em 2011. O treinador, que atualmente está sem clube, ficou marcado por iniciar ótimos trabalhos, porém, que acabam naufragando devido à falta de pulso. Gusmão sempre foi adepto do futebol ofensivo, e além do Cruzeiro de 2004, o treinador também se destacou com o Ceará, em 2009, e com o Vasco, em 2010. Por não saber dar continuidade aos bons serviços, PC Gusmão sempre fica no clássico "será que dessa vez vinga?".

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