Archive for abril 2013

Contratações na NFL: NFC North

Seguindo a linha da outra postagem sobre as contratações na NFL, vamos viajar para o outro lado da costa americana e desembarcar no lado norte da Conferência Nacional (NFC). A NFC North possui três dos quatro times mais velhos da liga (Packers, Bears e Lions).

Green Bay Packers: WR Sederrik Cunningham (rookie), TE Matthew Mulligan (ex-Saint Louis Rams), CB Loyce Means (ex-Buffalo Bills) e K Giorgio Tavecchio (ex-San Francisco 49rs).

Os Packers, que passaram um baita vexame na temporada passada, tiveram que lidar não só com a decepção do time que sofreu com a eliminação precoce nos playoffs, mas também com a ida do WR Greg Jennings para o arquirrival Minnesota Vikings. As contratações do Packers foram modestas, já que o time precisa muito de um wide receiver experiente e confiável.


Minnesota Vikings: QB Matt Cassel (ex-Kansas City Chiefs), WR Greg Jennings (ex-Green Bay Packers), CB Roderick Williams (ex-CFL) e Seth Olsen (ex-Indianapolis Colts).

Uau, Greg Jennings vai jogar no Minnesota Vikings! Belíssima contratação feita pelos Vikings, meus caros! Ninguém esperava que o wide receiver, que teve uma famosa passagem pelo eterno rival Green Bay Packers, fosse aceitar o contratado feito pelo Minnesota. É bem verdade que Jennings ficou muito tempo disponível no mercado de free agency porque era muito caro e rodado para se investir, mas vai ser muito duro para os fãs do Packers engolirem essa contratação. Já pelos Vikings, eles precisavam de um WR bom o suficiente para substituir Percy Harvin, um craque da posição, que foi para o Seattle Seahawks. Matt Cassel, reserva no New England Patriots e no Kansas City Chiefs, chegou para ser... RESERVA de Christian Ponder.


Detroit Lions: RB Reggie Bush (ex-Miami Dolphins), K David Akers (ex-San Francisco 49rs), S Glover Quinn (ex-Houston Texans), DE Jason Jones (ex-Seattle Seahawks), DT CJ Mosley (ex-Jacksonville Jaguars) e Havard Rugland.

Detroit resolveu usar o pouco que restava do seu salary cap para reforçar o time que conta com Calvin "Megatron" Johnson. Um talento puro como o de Johnson merece uma equipe melhor do que já tinha. Sabendo disso, os Lions trouxeram Reggie Bush, polêmico e eficiente running back, o kicker David Akers e o ótimo safety do Houston Texans, Glover Quinn. Matt Stafford, o QB, agradece o desafogo que terá a partir de agora.


Chicago Bears: OT Jermon Bushrod (ex-New Orleans Saints), TE Martellus Bennett (ex-NY Giants), DE Turk McBride (ex-New Orleans Saints), TE Steve Maneri (ex-KC Chiefs), LB James Anderson (ex-Carolina Panthers), LB DJ Williams (ex-Denver Broncos), OG Eben Britton (ex-Jacksonville Jaguars), C Taylor Boggs (ex-NY Jets), DT Andre Fluellen (ex-Detroit Lions), DE Kyle Moore (ex-Buffalo Bills), OG Matt Slauson (ex-NY Jets), S Tom Zbikowski (ex-Indianapolis Colts) e K Austin Signor (training camp).

O time de Chicago contratou vários jogadores nessa temporada. Ao todo foram 13 jogadores novos desembarcando na gélida cidade banhada pelo Lago Michigan. Desses 13 jogadores, cinco jogadores chamam a atenção: Martellus Bennet (inacreditável como o Giants deixou esse cara escapar), Steve Maneri (ótimo Tight End), Turk McBride (o turco tem uma força impressionante), DJ Williams (Broncos bobeou com o experiente linebacker) e a subestimada sopa de letrinhas, Tom Zbikowski. Bears, que na temporada passada ameaçava uma boa temporada, mas que sofreu um baque com a contusão de Jay Cutler, terá um elenco muito forte e duro na defesa.


As equipes de Detroit e Chicago conseguiram contratar mais que Minnesota e Green Bay devido ao espaço no salary cap. O jogo na NFC North promete ser muito duro. As quatro equipes tem defesas muito potentes. No entanto, o que pode chamar a atenção é o ataque dos Lions, que possui um pouco mais de ginga, mesmo com a contratação de Greg Jennings pelo Vikings.

Contratações na NFL: AFC North

A temporada da NFL ainda não começou, porém, há alguns meses atrás o mercado de transferências teve seu início. As equipes de futebol americano tem que escalar 11 jogadores para cada time (ataque, defesa e especialistas), resultando em 33 jogadores participando da peleja. Por isso, o transfer market (mercado de transferência) é muito mais agitado na NFL do que qualquer outro esporte.

A partir deste mês estarei colocando todas as transferências feitas até o momento. Como o frisson já passou, e agora as contratações vão diminuir ainda mais, vai ser mais fácil acompanhar as mudanças que cada equipe da NFL sofreu, ou deve sofrer. Caso haja alguma outra contratação bombástica após o fechamento deste post, farei uma nova postagem com algumas atualizações relevantes dado a possível incidência desse mercado frenético.

Como são 32 times participantes na Liga seria um erro, além de tornar a leitura massante, colocar todas as contratações numa só postagem. Portanto, vou dividir as contratações em divisões (East, West, North e South) para facilitar a leitura de todos.

A primeira divisão escolhida foi a AFC North, justamente por ser a divisão do campeão do último Super Bowl, o Baltimore Ravens. No entanto, o que mais chamou nessa divisão não fora o atual campeão, mas sim o antigo azarão Cleveland Browns. Atente para cada contratação abaixo:

Baltimore Ravens: DLM Chris County (ex-NY Giants), DT Marcus Spears (ex-Dallas Cowboys), S Michael Huff (ex-Oakland Raiders), DE Elvis Dumervil (ex-Denver Broncos), QB Caleb Hanie (ex-Denver Broncos) e o LB Rolando McClain (ex-Oakland Raiders).

Depois da debandada de vários jogadores importantes após o Super Bowl, o Ravens reforçou-se bem, apesar de ter se enfraquecido um pouco. A defesa, cujo artifício é o principal trunfo dos Corvos, foi bem reestruturada depois dos danos causados pelas baixas e pela aposentadoria de Ray Lewis. Entretanto, o ataque, que também sofreu um desmanche, precisa ser reabastecido com urgência!


Cincinnati Bengals: QB Josh Johnson (ex-Tampa Bay Buccaneers), LB James Harrison (ex-Pittsburgh Steelers), TE Alex Smith (ex-Cleveland Browns), OG Mike Pollak (ex-Carolina Panthers) e o QB John Skelton (ex-Arizona Cardinals).

Será que dessa vez vai? Essa é sempre a mesma pergunta que o pessoal de Cincinnati faz quando a temporada começa. Bom, dessa vez o Bengals decidiu envelhecer um pouco o seu plantel, apesar de algumas dessas aquisições serem bem questionáveis. A melhor delas, claro, vem do rival de conferência, o ex linebacker do Steelers, James Harrison, que tem tudo para deixar a defesa do Bengals muito mais agressiva.


Cleveland Browns: OLB Paul Kruger (ex-Baltimore Ravens), RB Chris Ogbonnaya (ex-Houston Texans), LB Quentin Groves (ex-Arizona Cardinals), DT Desmond Bryant (ex-Oakland Raiders), QB Jason Campbell (ex-Chicago Bears), CB Kevin Barnes (ex-Detroit Lions), CB Christopher Owens (ex-Atlanta Falcons), TE Kellen Davies (ex-Chicago Bears), K Shayne Graham (ex-Houston Texas), LB Ryan Rau (ex-Philadelphia Eagles), RB Dion Lewis (ex-Philadelphia Eagles), WR David Nelson (ex-Buffalo Bills), K Brandon Bogotay (sem time) e P Jake Schum (sem time).

Quatorze jogadores contratados pelo Cleveland Browns! QUATORZE! Bom, essa mágica só aconteceu graças ao enorme espaço no Salary Cap da franquia, que amargurou enormes campanhas pífias ao longo dos anos. Como o Browns é um time muito jovem, formado basicamente de rookies e segundo-anistas, os papeis de Paul Kruger (baita contratação), Desmond Bryant (outra baita contratação) e de Kevin Barnes (mais uma baita contratação),  serão muito maiores do que em suas equipes de outrora. Os cachorrões, que já contavam com ótimos rookies da temporada passada (vide o quarterback Brandon Weeden), tem tudo para mudar o panorama da AFC North, deixando-a muito mais competitiva.


Pittsburgh Steelers: QB Bruce Gradkowski (ex-Cincinnati Bengals), TE Matt Spaeth (ex-Chicago Bears) e CB William Gay (ex-Arizona Cardinals).

Dentre as quatro franquias da AFC North, o Steelers foi a que menos contratou. O pesado Salary Cap do time de Pittsburgh impossibilitou que a equipe fosse atrás de jogadores de peso, com ressalvas do Tight End Matt Spaeth. Como se não bastasse a fraca movimentação no mercado, os Steelers sofreram algumas baixas consideráveis, como a perda do WR Mike Wallace e do LB James Harrison. Essa temporada promete ser muito difícil para a equipe detentora de seis Super Bowls, pois os seus rivais se mexeram muito bem e contrataram grandes reforços. Vale ressaltar que a pressão em Mike Tomlin, head coach, para que a equipe consiga melhores resultados vai ser maior devido a eliminação precoce na temporada passada.


Analisando as contratações deste começo de off season, enxergamos um Baltimore Ravens capenga, um Cincinnati Bengals louco para mostrar resultado, um Cleveland Browns repleto de caras novas e um Pittsburgh Steelers completamente desnorteado. Essa divisão pode, e talvez deva ser, decidida na última rodada caso não haja nenhuma outra contratação bombástica, como a do Paul Kruger pelo Browns, ou a de James Harrison pelo Bengals, por exemplo.

Apontar algum favorito nesse momento não é algo muito sábio, porém, as atenções devem ir para Cleveland. Será que os Browns vão ter tempo de entrosar tantos jogadores contratados e draftados com os remanescentes? Se conseguirem, a equipe de Ohio tem tudo pra ser a mais forte nessa divisão.

Uma seleção destruída pela guerra

Os amantes do futebol provavelmente devem sentir falta de uma seleção que marcou as décadas de 1980, 1990 e no começo dos anos 2000. A seleção a qual me refiro era chamada de "brasileiros do Leste Europeu" graças à grande habilidade de seus jogadores. Essa seleção, apesar da grande aptidão técnica, não existe mais devido a Guerra dos Bálcãs que separou a Iugoslávia em seis países (Sérvia, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro e Bósnia-Herzegovina) e duas províncias autônomas (Kosovo e Vojvodina).

A Iugoslávia fora uma das seleções mais competitivas e temidas do futebol durante toda a sua existência. Apesar de seu primeiro jogo oficial, no dia 28 de agosto de 1920, nas Olimpíadas de Antuérpia, os "Plavis" (azuis, em sérvio) terem sofrido uma goleada implacável da Tchecoslováquia por 7x1, o futebol se desenvolveu velozmente nos Bálcãs.

Em sua história, a Iugoslávia disputou oito Copas do Mundo (Uruguai-1930, Brasil-1950, Suíça-1954, Suécia-1958, Chile-1962, Alemanha-1974, Espanha-1982, Itália-1990 e França-1998). As melhores colocações da temida seleção fora o terceiro lugar em 1930 e o quarto lugar em 1962. Já na Eurocopa, a Iugoslávia participou de cinco edições (França-1960, Itália-1968, Iugoslávia-1976, França-1984 e Bélgica/Holanda-2000). As melhores colocações foram os vice-campeonatos de 1960 e 1968.

Entretanto, a melhor campanha internacional da Iugoslávia deu-se nas competições amadoras do futebol, tais quais os jogos olímpicos e os campeonatos de base. Os Plavis foram campeões olímpicos de 1960, em Roma, ao derrotar a Dinamarca por 3x1 (01/1º Galic-IUG, 10/1º Matous-IUG, 05/2º Nielsen-DIN e 27/2º Kostic-IUG). Além dessa campanha, a Iugoslávia conquistou três medalhas de prata (Inglaterra-1948, Finlândia-1952 e Austrália-1956) e uma medalha de bronze (Estados Unidos-1984).

No entanto, o título que mais marcou a geração iugoslava fora o modesto Campeonato Mundial Sub-20, no Chile. A Iugoslávia derrotou a Alemanha Ocidental, nos pênaltis, por 5x4, após empatar no tempo regulamentar por 1x1 (Boban e Witeczek). Porém, o que mais chamou a atenção foi a geração de ouro do Leste Europeu. Nessa equipe atuaram grandes estrelas como: Zvominir Boban, Robert Prosinecki, Davor Suker, Predrag Mijatovic, Robert Jarni e Igor Stimac. O treinador do elenco campeão, e que encantou o mundo no Chile, era Mirko Josic, que gostou tanto do país que assinou com o Colo Colo logo após vencer a competição (conquistou dois campeonatos chilenos e uma Libertadores da América). Dos 18 jogadores que venceram o Mundial Sub-20, quatro já estavam na equipe iugoslava que disputou a Copa do Mundo, na Itália-1990, e cinco destes 18 estavam na Copa do Mundo de 1998, na França, com a seleção da Croácia.

Porém, apesar do grande estardalhaço que esse grupo de jogadores talentosos gerou, algo a mais estava para acontecer e que iria interromper o brilho desses jogadores: a guerra. A Iugoslávia era uma região pequena para uma enorme pluralidade étnica. A raça e o credo eram os motivos que sempre resultavam em conflitos armados mesmo quando o país estava unificado. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Republica Federativa da Iugoslávia havia se dissolvido antes de voltar com todos os seis países. Depois do final da Segunda Guerra, a Iugoslávia voltou graças à força da milícia do Marechal croata Josip Tito, que ao unificar a Iugoslávia implantou no país um regime comunista.

Em 1992, a Iugoslávia se dissolveu de vez após a morte do marechal Tito, que era acusado de ser nazista, assim como os sérvios chamam os croatas. Tito sabia da dificuldade que era governar um país que vivia sempre em ebulição, tanto é que certa vez ele disse: "Seis repúblicas, cinco etnias, quatro línguas, três religiões, dois alfabetos e um partido". A partir de então, a Iugoslávia não contava mais com a Croácia e a Eslovênia em seu território. Nesse ano, a Iugoslávia fora banida da Euro justamente por causa da Guerra dos Bálcãs.

A guerra refletiu fortemente no futebol, tanto é que o desempenho da Iugoslávia, sem a Croácia, decaiu muito. O resultado disso foi o ótimo desempenho da Croácia na Copa do Mundo, na França-1998, quando conquistou o terceiro lugar ao derrotar a Holanda por 2x1 (13/1º Prosinecki-CRO, 21/1º Zenden-HOL e 35/1º Suker-CRO), e a eliminação precoce da Iugoslávia, diante da Holanda, nas oitavas-de-final, por 2x1 (38/1º Bergkamp, 3/2º Komljenovic e 45/2º Davids).

A última partida oficial da Iugoslávia, antes do desmembramento da Bósnia e da Macedônia, fora na Euro-2000, onde ela perdera, nas quartas-de-final, mais uma vez para a Holanda, só que por 6x1 (24'38/1º Kluivert-HOL, 6/2º Govedarica-IUG, 9/2º Kluivert-HOL, 33/2º Overmars-HOL, 45/2º Milosevic-IUG, 46/2º Overmars-HOL). Apesar da eliminação, Savo Milosevic fora o artilheiro desta edição com seis gols (Milosevic é o jogador com mais aparições na Iugoslávia com 101 jogos. Stjepan Bobek é o artilheiro com 38 gols). A última aparição da Iugoslávia, antes de  dissipar-se por completo em 2006, e então virar Sérvia e Montenegro, fora num amistoso contra a França, em 2002, no qual perdera por 3x0.

Desde o desmembramento total da Iugoslávia em 2006, a Sérvia disputou o Mundial de 2006 com Montenegro (Montenegro, ainda que sozinha, não conquistou nada) e o Mundial de 2010. A Croácia, mais prolífica, participou de quatro Eurocopas (Inglaterra-1996, Portugal-2004, Suíça/Áustria-2008 e Polônia/Ucrânia-2012) e três Copas do Mundo (França-1998, Coréia do Sul/Japão-2002 e Alemanha-2006). A tímida Eslovênia, que vinha se encontrando no futebol nos últimos anos, participou de duas Copas do Mundo (Coréia do Sul/Japão-2002 e África do Sul-2010) e de uma Eurocopa (Bélgica/Holanda-2000). Enquanto isso, Bósnia e Macedônia ainda não conseguiram caminhar com as próprias pernas.

Como seria a Iugoslávia para a Copa do Mundo no Brasil?
Caso não houvesse a Guerra dos Bálcãs, a Iugoslávia, assim como em outrora, poderia ter uma das melhores seleções do mundo. Considerando que cada uma das seis nações que compunham a antiga Iugoslávia cedessem ao menos dois jogadores cada, e partindo da premissa de que só se pode levar 23 jogadores para um Mundial, além de contar apenas com jogadores que participam/participaram das Eliminatórias para o Mundial de 2014, no Brasil, eu convocaria os seguintes atletas:

Goleiros: Samir Handanovic (Eslovênia/Internazionale), Stipe Pletikosa (Croácia/Rostov-RUS) e Asmir Begovic (Bósnia/Stoke City).
Laterais: Darijo Srna (Croácia/Shakhtar Donetsk), Branislav Ivanovic (Sérvia/Chelsea), Aleksandar Kolarov (Sérvia/Manchester City) e Goran Popov (Macedônia/West Bromwich).
Zagueiros: Nemanja Vidic (Sérvia/Manchester United), Neven Subotic (Sérvia/Borussia Dortmund), Matija Nastasic (Sérvia/Manchester City) e Stefan Savic (Montenegro/Fiorentina).
Volantes: Josip Ilicic (Eslovênia/Palermo) e Jasmin Kurtic (Eslovênia/Palermo)
Meias: Luka Modric (Croácia/Real Madrid), Ivan Rakitic (Croácia/Sevilla), Miralem Pjanic (Bósnia/Roma), Senad Lulic (Bósnia/Lazio) e Sejad Salihovic (Bósnia/Hoffenheim)
Atacantes: Stevan Jovetic (Montenegro/Fiorentina), Mirko Vucinic (Montenegro/Juventus), Goran Pandev (Macedônia/Napoli), Mario Mandzukic (Croácia/Bayern de Munique) e Edin Dzeko (Bósnia/Manchester City).

A minha escalação predileta seria o 4-2-3-1, utilizando dois ponteiros abertos, e com os seguintes titulares: Handanovic, Srna, Vidic, Subotic (Ivanovic) e Kolarov; Ilicic, Pjanic (Rakitic), Jovetic, Modric e Vucinic; Mandzukic (Dzeko). Outra alternativa seria o 4-4-2, com um losango no meio-campo para cadenciar mais o jogo: Handanovic, Srna, Vidic, Subotic e Kolarov; Ilicic, Pjanic, Rakitic e Modric; Jovetic e Mandzukic (Dzeko). Graças à ótima campanha da quase classificada Montenegro, o treinador da equipe seria o ex-jogador montenegrino, Branko Brnovic.

Dos 23 jogadores "convocados", Croácia, Sérvia e Bósnia cederiam cinco jogadores cada. Montenegro e Eslovênia cederiam três e a Macedônia cederia apenas dois jogadores. Das seis seleções, apenas duas estão praticamente garantidas no Mundial tupiniquim: Bósnia e Montenegro. A Croácia possui ótimas chances de se classificar, mas depende da sua disputa particular contra a Bélgica para saber qual seleção será a líder do Grupo A, assegurando a vaga direta, e quem terá de jogar a repescagem por ter ficado com o segundo lugar do grupo. Sérvia, Eslovênia e Macedônia já estão eliminadas.

A conclusão que pode-se tirar disso tudo é que a guerra e o ódio étnico conseguiram estragar o futebol mais uma vez. Se no passado a Iugoslávia, que ainda engatinhava, era temida, imagina como seria hoje, quando a maioria de seus craques atuam nos grandes palcos do futebol europeu? Uma pena que essa grande seleção só vai ficar na imaginação.

O luxo sobrepõe a tradição em Paris

Fundado no dia 14 de agosto de 1970, o Paris Saint-Germain Football Club prometera ditar a moda na capital francesa. Trajando o azul e o vermelho para homenagear Paris e adicionando o branco para lembrar-nos da existência de Saint-Germain, distrito parisiense, os Germanois foram criados para brilhar. Isso mesmo, eles foram criados porque a Cidade Luz não tinha um clube de futebol vencedor.

O PSG é o resultado de uma fusão entre o extinto Paris Football Club com o tímido Stade Saint-Germain. Os dois clubes pouco agregavam no futebol francês, ou quase nada. Porém, existia uma classe em Paris que se incomodava com esse detalhe desanimador. Por esse motivo nascera o Paris Saint-Germain. Logo no seu ano de estréia, o PSG conquistara a Ligue 2 em 1970/1971, que equivale a segunda divisão.

Woody Allen, amante de Paris, nos ensina em seus filmes que sempre existe amor, romance e ótimos vinhos naquela cidade. Porém, desde o acesso em 1971, os fãs do clube de maior expressão em Paris não comemoravam nada e possivelmente não desfrutavam dessas iguarias e sentimentos afáveis com o seu time. Bom, o primeiro grande título só viera em 1982 com a Taça da França. Muito pouco, até Woody Allen, que não manja porcaria nenhuma de futebol, reclamaria.

Depois de tanto auê, o PSG conseguiu conquistar a Ligue One em 1985/1986. O elenco era formado por bons jogadores como Joel Bats, Susic, Luis Fernandez e Rocheteau. Destes quatro jogadores, três eram titulares da seleção francesa. Aliás, Luis Fernandez bateu o último pênalti dos Les Bleus na disputa de penalidades contra o Brasil na Copa do Mundo de 1986.

A vida era muito inconstante no distrito de Saint-Germain. O PSG nada fez nos anos seguintes desde a conquista da Ligue One. Porém, algo avassalador estava programado no roteiro desse time.

Em 1991 o Canal + anunciou que iria patrocinar o Paris Saint-Germain. O Canal + é uma emissora de televisão de canal fechado (ou por assinatura) muito popular na França. Ao contrário do que acontece no Brasil, os canais fechados são muito poderosos e ricos na Europa, e muitas vezes sobrepujam os canais de televisão aberta. Essa foi a primeira vez que o PSG recebera dinheiro para tentar construir uma história poderosa.

Com o dinheiro da emissora, o PSG contratou os brasileiros Raí, Ronaldão, Valdo e Ricardo Gomes. Além dos brasucas, foram contratados George Weah, que estava no Mônaco, e David Ginola. O esquadrão permitiu que os Germanois conquistassem mais uma vez a Ligue One, em 1993/1994, tendo Raí como grande nome da equipe.

Como de costume, ou talvez por licença poética do futebol, o PSG entrou no marasmo outra vez, mesmo conquistando algumas copas nacionais. Dizem que clubes de futebol que foram criados "do nada" demoram pra ajeitar, talvez seja essa a sina parisiense.

No entanto, depois de mais um hiato em sua curta história, o Paris Saint-Germain abocanhou mais uma chance de crescer. Em 2011 um grupo de investidores dos Emirados Árabes comprou 70% das ações do PSG. Desse grupo dos EAU, um catariano foi "eleito" presidente do clube.

Nasser Al-Khelaifi, ex-tenista e ex-dirigente do Al Jazeera, despejou 132 milhões de dólares em seu primeiro ano como presidente do clube parisiense. Nessa dinheirama toda, ele trouxe Javier Pastore (ex-Palermo, por 43 milhões de Euros), Alex (ex-Chelsea, por 5 milhões de Euros), Maxwell (ex-Barcelona, por 4 milhões de Euros), Thiago Motta (ex-Internazionale, por 10 milhões de Euros), Jeremy Ménez (ex-Roma, por 9 milhões de Euros), Mohamed Sissoko (ex-Juventus, por 8 milhões de Euros), Blaise Matuidi (ex-Saint-Etienne, por 7,5 milhões de Euros), Milan Bisevac (ex-Valenciennes, por 4 milhões de Euros), Salvatori Sirigu (ex-Palermo, por 3,5 milhões de Euros) e Diego Lugano (ex-Fenerbahce, por 3 milhões de Euros). Sissoko e Lugano já saíram do PSG e mesmo assim o clube não conseguiu conquistou um troféu sequer!

Em 2012/2013, Al-Khelaifi decidiu abrir ainda mais a torneira e gastar CENTO E QUARENTA E SETE MILHÕES DE EUROS para reforçar o "mirradinho" Paris Saint-Germain. Vieram Marco Verratti (ex-Pescara, por 12 milhões de Euros), Zlatan Ibrahimovic (ex-Milan, por 20 milhões de Euros), Ezequiel Lavezzi (ex-Napoli, por 30 milhões de Euros), Thiago Silva (ex-Milan, por 42 milhões de Euros) e Lucas (ex-São Paulo, por 43 milhões de Euros). Bom, dessa vez os petrodólares do catariano surtiram efeito, pois o PSG caminha a passos largos para conquistar a Ligue One e está nas quartas-de-final da Champions League contra o Barcelona.

Entretanto, o que mais comove nessa história toda é que Paris sempre teve times tradicionais em sua história futebolística antes mesmo da criação do PSG. Existia uma trinca de times que hoje passariam dos 100 anos de existência. A trinca era formada por Racing Club Paris, Stade Français e Red Star, sendo que o penúltimo faliu e hoje é um clube que habita as profundezas dos campeonatos amadores da França.

O Racing Club Paris chegou a rivalizar com o amante garboso de Paris, o PSG. Porém, as dificuldades financeiras eram óbvias, pois todo o apoio estava indo para os Germanois. O Racing ainda não faliu completamente, embora seja muito mais tradicional que o PSG. Atualmente, o clube disputa a quarta divisão, que é considerado semi-amador. Entre a década de 1930 e 1940, o Racing foi o maior clube de Paris, conquistando 1 Ligue One e 5 Copas da França. Além disso, o Racing Club Paris serviu de inspiração para a criação do Racing Club Avellaneda, da Argentina, cujas cores da Acadêmia se assemelham com o do clube francês. O Racing fora o lar de grandes jogadores como Eugene Ekeké, Luis Fernandez, Rúben Paz (que também jogou no Racing argentino), Enzo Francescoli e Pierre Littbarski. Tristemente, hoje o Racing Club é mais conhecido pelo Racing Club Metro, um dos mais poderosos times de rugby da Europa.

O Stade Français foi o pioneiro do futebol na capital da França. O Stade fora fundado em 1883 e sempre rivalizou com o Racing e com o Red Star. Seus títulos eram importantes na época amadora do futebol francês, pouco antes da adoção do profissionalismo e da criação da Ligue One, em 1932/1933. Um fato curioso na história do Stade Français era a sua sina contra os clubes brasileiros: perdeu de 7x1 para o extinto Paulistano (clube do Arthur Friedenreich) e por 2x1 para o Atlético Mineiro (na extinta Copa do Gelo). O Stade era muito competitivo, tanto é que participou de dois anos seguidos da Copa das Feiras (antiga Champions League), em 1964 e 1965. Outro fato curioso sobre o Stade Français é Helenio Herrera, mítico treinador espanhol que passou pelo clube. Porém, em 1967 o Stade Français sucumbiu na Ligue One e fora rebaixado e depois extinto.

Outro clube parisiense, o Red Star, encontra-se ligeiramente melhor que as outras duas equipes que lhe faziam frente no longínquo passado. Atualmente na Nationale, campeonato equivalente à terceira divisão, o Red Star tenta sobreviver no futebol. Fundado por Jules Rimet, em 1897, as Estrelas Vermelhas mudaram de nome várias vezes para se manter no futebol. O clube já chegou a se fundir com o Stade Français e com o Toulouse. Embora tenha uma torcida de tamanho modesto, o Red Star já conquistou 5 Copas da França e duas Ligue 2. Como o nome já entrega, o Red Star é um clube socialista, e os seus torcedores se baseiam nos frequentadores da sede do clube, do bairro e de pessoas engajadas com o partido socialista francês. Por ainda estar na ativa, o Red Star é o oposto do que é o Paris Saint-Germain. Jean-Luc Girard, Steve Marlet, Pol Morel, Marcel Pinol e Olof Mellberg são os grandes nomes que passaram pelo modesto clube parisiense.

Tendo em vista a pluralidade futebolística em Paris, o moderno PSG carrega a fama do amante mais bonito da cidade. Sendo que o Paris Saint-Germain é fruto de uma torcida de extrema-direita, com sua esmagadora maioria de torcedores brancos e com fortes sentimentos nacionalistas. O típico esteriótipo francês recai sobre os torcedores do PSG, que se notabilizaram nos últimos anos por confusões que envolviam insultos raciais e sociais contra outros franceses.

No cancioneiro do futebol existe a exaltação da tradição, dos anos perfilados em glórias  e das batalhas pela inserção na elite do jogo. Um clube é muito mais marcado pelos anos em afinco do que pela sorte, ou como no caso do PSG, uma simples questão social que não aceitava que sua capital estava atrás de cidades "menos" importantes.

Pode parecer tacanho, ou até mesmo superficial dizer que os Germanois não merecem respeito, mas o fato é de que a vida do "novato" é bem mais fácil do que da trinca que pereceu com o descaso da tradição. É difícil negar que não existe um sabor plastificado sobre o PSG com relação a outros clubes mais tradicionais que não possuem um Nasser Al-Khelaifi despejando dinheiro e mais dinheiro em seus cofres. Como o apelido de Paris já diz, a Cidade Luz sempre anseia pelo novo, pelo bonito, pelo glamour, pela competitividade e pelo luxo. O que mais importou para os franceses da capital realmente foi o luxo, e não a tradição.

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